quarta-feira, 10 de março de 2010

Vivendo bem o seu papel(2a): Esposo(a)


Quem é mais difícil de entender? O homem ou a mulher?
Provavelmente os homens responderão que são as mulheres, e vice-versa.
Eu digo que a pessoa mais difícil de você entender é você mesmo.

Te convido a abrir sua mente e refletir sobre o seguinte: Toda vez que você não gosta de alguma atitude, roupa, aparência ou qualquer outra característica que alguma pessoa tenha, na verdade o que não te agrada é a visão que você tem sobre esta coisa, aparência ou característica.

Pode ser difícil, de início, concordar com esta afirmativa. Mas, no decorrer de sua vida, se você prestar atenção nas coisas de que não gosta e se perguntar o “porquê” deste desagrado, e pensar nos reais motivos de ter esta ou aquela reação diante de alguma situação, concordará pelo menos em parte comigo.

Vamos usar exemplos:
A) Um homem está para sair com a esposa e esta se apresenta com um vestido colado, decotado, mas não muito curto. O homem diz a ela que não gostou do vestido, e que ela não deveria usá-lo porque mostra muito do seu corpo e parece vulgar.

B) Certa mulher vai se encontrar com o marido no trabalho dele para saírem juntos, e encontra-o já se despedindo dos colegas, pois já é fim de expediente. Uma das amigas dele o abraça, ajeita delicadamente o seu colarinho e deseja uma noite excelente, dando uma indiscreta piscadela. A esposa não gosta nada deste fato e fica com a cara fechada durante o encontro.

O que você faria se estivesse no lugar do homem ou da mulher destes exemplos? Como reagiria diante destas situações?

Estes exemplos foram inventados, mas não ficam longe de muitas situações reais, algumas das quais presenciadas por mim, ou de que tomei conhecimento por meio dos envolvidos. De qualquer forma, servirão apenas para dar uma idéia geral da reflexão que devemos fazer antes de criticar ou “proibir” alguma coisa.

Quando vivemos ou moramos com outras pessoas, somos obrigados explicita ou implicitamente a ter certas limitações, ou seja, abrir mão de algumas coisas. Se cada um tomasse as atitudes que quer sem pensar nos outros, a relação entre eles seria muito atribulada. E este fato fica ainda mais evidente em se tratando de um casal.

Essa “doação” que fazemos quando vivemos juntos, aliada a várias formas de amor*, ajudam a fortalecer cada vez mais a relação.

Voltando aos exemplos, vocês já pensaram nas reações que teriam? Vou enumerar várias situações possíveis. Vejamos se alguma destas se encaixa no seu jeito de ser:

Situação A:
1) A mulher fica frustrada porque o marido não gostou, troca de vestido e fica triste a noite toda.
2)Mesmo o homem não gostando, a mulher pode insistir em sair com o vestido, e certamente haverá uma discussão.
3) A mulher sorri e pergunta “Você acha que está feio ou só está com medo que outros homens olhem pra mim? Não se preocupe não que eu sou só de você, viu?”
4) ou diz “Escolhi este porque é o mais bonito, e pra sair com o homem da minha vida tenho que estar elegante, não é mesmo?”
5) O homem poderia dizer: “Este decote está meio grande, e o vestido um pouco curto na minha opinião. Você acha apropriado usar ele mesmo?” - E depois concordar com o que a mulher optar fazer. Afinal, a roupa e o corpo são dela.
6) Em vez de reclamar, o homem poderia ter ficado orgulhoso de sua mulher ter um corpo atraente e um vestido bonito.
7) O homem poderia fazer dois elogios: um para o vestido, em alto e bom som, e o outro para o corpo dela, ao pé do ouvido, acompanhado de um beijo suave.

Qual destas situações se encaixa em sua personalidade atual? (ponha-se no lugar do personagem que tem o seu sexo) E qual é a melhor solução na sua opinião?

Certamente, a primeira opção é a pior de todas, pois esta mulher não tem o mínimo de amor próprio. Em seguida, as opções vão melhorando até chegar na última, que é a situação perfeita.

Nada melhor para um casal que ter uma relação tão firme que os permita ter um diálogo aberto e franco, com mútua confiança, que respeitem a opinião um do outro, além de se orgulharem de ter um companheiro decidido e que transmite a segurança de que se precisa.

Se o casamento está indo bem, então não é necessário viver na defensiva, e esconder os dotes do companheiro com receio de que outros possam “se aproveitar” deles.

Esta mania de cuidar excessivamente do “território” é coisa de instinto animal, que deveria ser inibida com base no fato de que o casamento (ou relação conjugal) é uma formalização da união, e portanto faz parte da identidade do casal. Em outras palavras, a sociedade já sabe que vocês estão juntos, portanto, não há por que se ter receio de competição.

Se você não quer que sua(seu) esposa(o) fique bonita(o) ou atraente, é sinal de que há alguma insegurança na relação, e isso deve ser conversado abertamente para se chegar a um consenso.

Escute bem, eu disse “consenso”. Nada de pensar que “a minha opinião é a certa e não abro mão disso”, nem insistir na discussão até o outro ceder. O casamento é construído por duas pessoas, e ambas têm vontades, ambições, desejos e sentimentos. Não se deve esmagar nenhum destes direitos, pois assim você estará matando uma parte de quem deveria ser considerado o amor da sua vida, e como tal, deve ser valorizado por inteiro.
Voltando ao assunto, já que não há necessidade de ficar inseguro, não há justificativa para não incentivar roupas e adereços que valorizem a pessoa, resguardados os costumes da sociedade, do lugar, e a noção de exagero ou ridículo.

Asseguro-te que a valorização do que há de bom no outro e das coisas que o fazem se sentir bem é um estímulo para que cada dia a relação fique mais rica e bem-sucedida.

Há muita informação para ser colocada a respeito deste assunto, portanto, deixarei o segundo exemplo (Situação B), que por sinal é muito importante, para a próxima postagem (parte 2b), ainda esta semana. 
Além da análise desta situação, faremos também uma reflexão geral sobre uma relação de sucesso.

Reflitam sobre os dois casos com seus companheiros e se perguntem: “Quais dos comportamentos que tenho são maléficos para a minha relação?”

É só por hoje, mas o assunto não acabou.

Fiquem com Deus, sejam bons esposos, e até a próxima!
*Várias formas de amor, ou várias formas de amar:
- Dar um copo d'água ou de suco antes que o outro diga que está com sede;
- Fazer um carinho na orelha ou no cabelo do companheiro;
- Demorar um ou dois segundos a mais nos abraços, dando um suspiro e um aperto a mais antes de terminá-lo;
- Dizer “eu te amo” bem alto, ou no ouvido, bem baixinho;
- Acariciar os pés do(a) companheiro(a);
- Fazer uma tarefa que não é sua para agradá-la;
- Ouvir atentamente o que ela / ele tem a dizer, sem interromper;
- Deitar juntinho e enroscar os dedos dos pés nos do outro;
- Pedir colo;
- Oferecer colo;
Etc. Etc. Etc. (use a imaginação)

3 comentários:

  1. EXCELENTE!!!! PEQUENAS ATITUDES QUE FAZEM GRANDES DIFERENÇAS. PARABENS.....

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  2. Ei Di! Eu não sabia que este blog era seu, se soubesse teria vindo aqui antes!
    Adorei! Está muito bem escrito! Prende nossa atenção a ponto de não querermos parar de ler!
    Parabéns!
    O que você falou no início deste post, sobre a forma como vemos os defeitos nos outros e que, na verdade, o que não gostamos é da nossa visão daquele determinado defeito, no paganismo isto é chamado de "Sombra". É o que faz muitas pessoas deixarem o caminho do auto-conhecimento, não conseguem encarar suas "sombras"...
    Mas é isso aih! Vou tentar reativar meu blog em breve tbm! Abraço!

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