terça-feira, 4 de maio de 2010

Vivendo bem o seu papel(4c): No Trabalho

Bem vindos novamente ao meu blog!

Sobre a vida no ambiente de trabalho, já falamos das limitações, educação e bom humor, e sobre o caráter imperfeito do ser humano.

Hoje, finalizando esse assunto, falamos de ObediênciaRegras e Discussão Saudável.

4) Obediência: Qualidade de Inteligentes

Algumas pessoas se sentem diminuídos por receberem ordens de pessoas que, em sua visão, não tem o conhecimento, habilidades ou a capacidade para estar num cargo superior.

Não pense que a posição que você ocupa tem apenas desvantagens. A pressão do trabalho é tão grande quanto o cargo. Mesmo quando o chefe é o dono ou presidente da empresa, a necessidade de resultados ou de manter a firma estável no mercado é um peso que não é fácil de se carregar. Alegre-se por ter alguém que carregue esta responsabilidade no seu lugar.

Você, na qualidade de empregado, é legalmente subordinado ao seu chefe (isto é previsto tanto na lei quanto no contrato de trabalho), e como tal, deve obedecer e cumprir com suas obrigações com zelo e responsabilidade (dentro dos limites humano e profissional).

É claro que obedecer nem sempre é fácil, mas a pessoa obediente é muito mais reconhecida do que as que não o são. Porém, não se pode confundir pessoas prestativas com puxa-sacos. Estes últimos não terão um futuro bem sucedido, pois mesmo que obtenham algum benefício com esta prática desprezível, cedo ou tarde deixarão a própria incompetência acabar com sua carreira.

Além disso, nem todo chefe é do tipo que apenas delega tarefas e fica só com a função de fiscalizar e cobrar os resultados. Não é muito comum, mas alguns deles são como colegas e fazem serviços comuns do setor como uma forma de se aproximar e conviver melhor com os subordinados, ou porque acham que assim podem contribuir mais para atingir as metas e objetivos, ou então porque gostam de ajudar, simplesmente.

Nós não escolhemos com qual destes vamos conviver. O que podemos escolher é a forma de lidar com cada um deles e suas particularidades. Na minha opinião, o melhor a fazer é escutar o que eles dizem e realizar suas tarefas da melhor forma que puder, sugerindo as melhorias que achar convenientes quando lhe for aberta esta opção.

O seu cargo na empresa tem funções pré-definidas (se não tem, deveria ter), e somente este encargo é seu. Não queira mudar toda a estrutura da empresa só porque você pensa que seu superior não merece o cargo. Seja o melhor funcionário que a empresa já teve em seu posto, não importa qual seja, e enquanto estiver nele. Se não está satisfeito, busque a melhoria pelo melhor caminho que puder, mas sem puxar o tapete de ninguém. Seja honesto!

Apesar de parecer duro de escutar, isto é fato: mesmo que você pense que seu chefe não tem capacidade para estar naquela posição, ele deve ser, no mínimo, respeitado. Se há uma hierarquia na empresa, seja humilde e obedeça-a.


Busque a melhor convivência com sua equipe, pois vocês podem crescer juntos, se assim quiserem. Seja um subordinado de confiança. Desta forma, seu chefe terá alguém para substituí-lo caso deixe o cargo por qualquer motivo.

Se achar que tem competência suficiente para ocupar um lugar melhor na empresa, e não quiser depender da ascensão ou transferência de outros, mostre-se disponível e direcione suas ações no intuito de alcançar este objetivo, mas faça isso pelo caminho correto. Preocupe-se com as suas qualidades, não com os defeitos alheios.

De qualquer forma, se não estiver satisfeito com as condições gerais de trabalho, lembre-se de que o mercado oferece muitas opções, e que ninguém é obrigado a viver infeliz com o que faz. Tenha atitude! Você merece o sucesso, desde que o busque com dedicação, força de vontade, e principalmente honestidade.

5) Regras Existem para Serem Quebradas. Será?

Algumas sim, outras não. Não se pode generalizar esta máxima. Do contrário, haveria anarquia.

Quebrar uma ou outra regra de etiqueta é uma atitude completamente diferente de burlar uma norma da empresa, romper a barreira da moralidade ou invadir a intimidade de alguém.

Do mesmo modo que uma empresa precisa ser organizada para ser lucrativa, as relações humanas necessitam cumprir certas formalidades para se manterem sustentáveis.

Cada pessoa tem seu jeito de pensar e agir, e estas características devem ser respeitadas. Não se deve impor pontos de vista, linhas de pensamento ou atitudes a pessoas que não se sentem confortáveis com isso.


Não critique pessoas que tem limites de comportamento diferentes dos seus. É óbvio que não há uma só forma correta de se comportar, mas é bom observar certas regras, e respeitá-las, principalmente quando se tratar de normas da empresa, sejam elas implícitas ou explícitas em regulamentos.

Além disso, são as regras (morais, sociais e legislativas) que possibilitam a vida em sociedade. Se cada pessoa pudesse escolher livremente quais regulamentos seguir, cada um criaria seu próprio conjunto de leis e seria impossível definir claramente os atos ilícitos, as atitudes imorais e suas conseqüentes punições.

Tenha a liberdade de quebrar paradigmas (principalmente os não justificados), mas não seja totalmente inconseqüente. Saiba definir bem o limite entre o que é permitido e o que é desejável. Seja maduro, consciente, e faça com que suas atitudes o tornem uma pessoa admirável.

Acima de tudo, saiba que quanto mais você insistir em burlar as normas ou ultrapassar limites, e quão mais significativos (sob qualquer aspecto) eles forem, maior será a sua responsabilidade - já que você é que terá que arcar com as conseqüências -, e mais grave será a punição decorrente, seja ela moral, administrativa ou jurídica.

Pode parecer que este tópico ficou muito direcionado para a vida corporativa, pelo caráter sério e pelas várias citações sobre cumprimento de regras. Se você teve esta impressão, releia-o fazendo uma interpretação mais voltada para os relacionamentos interpessoais, e veja as normas como costumes morais, éticos e sociais. Lembre-se sempre: a meta principal aqui é deixar a convivência mais agradável com o objetivo de viver melhor.

6) Como Discutir Sem Discutir?

Eu enxergo pelo menos duas interpretações para a palavra discussão:

- Exposição de diferentes pontos de vista com o objetivo de obter o melhor resultado possível para alguma situação, de modo a equilibrar os ganhos para todas as partes; duas ou mais pessoas tentando chegar a um consenso, cada uma com respeito sobre a linha de pensamento e as opiniões dos outros. (melhor)
- Imposição de ponto de vista; tentativa de obter a concordância do outro arbitrariamente acerca de algum assunto; duas ou mais pessoas querendo resolver tudo a seu modo, cada qual utilizando do volume da voz como instrumento para sobrepor sua vontade à dos demais. (não tão boa)

Em um ambiente de trabalho, devemos nos esforçar ao máximo para evitar a segunda hipótese. Isto porque se mesmo quando houver desentendimento entre colegas, nos dias seguintes eles terão que se ver e se relacionar do mesmo jeito.

É necessário fazer uma constante manutenção das nossas relações no trabalho, pois, ao contrário das nossas amizades, não somos nós que escolhemos com quem vamos trabalhar. Ficar “de mal” de um colega não vai fazer seu chefe mudá-lo de setor ou demiti-lo. Por outro lado, se você depender de alguma tarefa dele para desempenhar bem a sua, isto pode comprometer o seu desempenho e prejudicar sua carreira.

Você não é obrigado a gostar de ninguém, mas o respeito é indispensável em qualquer tipo de relação.

Quando precisar discutir, exponha suas idéias de maneira clara e objetiva, sem alterar o tom de voz, e mantenha a serenidade caso o outro envolvido comece a gritar. Uma coisa que funciona neste caso é falar cada vez mais baixo à medida que o outro aumenta o volume, pois, para este tipo de pessoa, não há nada mais desconcertante que brigar sozinho. Se esta técnica não ajudar, peça educadamente para conversar sobre o assunto mais tarde, ou solicite a um superior ou colega mais controlado para intermediar a troca de idéias.

Faça o que fizer, não retribua ofensas ou pague qualquer coisa negativa com a mesma moeda.

Entenda que, quando alguém grita ou se exalta com gestos e palavras feias, está basicamente desabafando. Se você se mantiver calmo e souber conduzir com tranqüilidade a situação, quando este momento passar, ele demonstrará imenso desconforto, e talvez até te peça desculpas.

Por outro lado, quando a discussão se esquenta para os dois lados, todos saem prejudicados, inclusive os outros colegas. Eles podem entender que não se pode argumentar sobre nada com os esquentados, pois sempre há o receio de criar mais uma situação difícil de se controlar.

Em linhas gerais, o exagero não é bom em nenhuma hipótese. Portanto, mantenha a serenidade, seja firme em suas idéias e não perca o controle da situação.

Se a coisa fugir ao seu controle, lembre-se de que uma ofensa é como um presente: se você recebê-lo, ele passa a ser seu. Caso recuse, ele continua pertencendo ao outro.

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Bom, é isso.

Se você quiser conversar, exemplificar, contrapor, reclamar ou comentar, fique à vontade.

Todos somos adultos e teremos prazer em discutir (mas sem discutir).

Fiquem com Deus, e até a próxima!