segunda-feira, 22 de março de 2010

Vivendo bem o seu papel(3): Amigo

Olá! Seja bem-vindo novamente!

Hoje vamos falar da relação que temos com nossos amigos.

Nesta postagem vamos discutir três níveis diferentes de amizade, e destacar algumas das das características desejáveis de ambas as partes neste tipo de relacionamento.

1) O primeiro nível é a Amizade Superficial (Pessoas Conhecidas).

Fazem parte desta categoria, as pessoas que você vê na rua e só diz "Bom dia, tudo bem?", além daquelas que te cumprimentam com apenas um gesto de cabeça ou de mão, e dos amigos que só te contactam por Orkut, MSN ou outro meio virtual.

Para ser um bom amigo superficial, basta continuar tendo boa educação nos encontros casuais, e conhecer as preferências do outro quanto ao tipo de contato que ele aprecia.

Por exemplo, não é todo mundo que gosta que alguém grite seu nome na rua, de longe, simplesmente pra dar um tchauzinho e um "Beleza?!".

Também conheço gente que detesta receber e-mails enormes com mensagens batidas, ou slides feitos em Powerpoint que não acrescentam nada à vida da gente, que demoram mais de um minuto pra trocar de página, enquanto tocam músicas depressivas.

Conhecer um pouco das pessoas com quem se relaciona é importante para que você não seja visto como impertinente. Caso contrário, seus emails serão deletados antes de serem lidos, e seus amigos atravessarão a rua para não serem abordados por você.

Além disso, a boa educação recomenda que assuntos de caráter duvidoso (boatos sobre vírus que não existem, doenças ou sequelas teoricamente causadas por produtos famosos) ou que fujam da boa moral (fotos pornográficas ou pedofilia) não sejam disseminados indiscriminadamente.

Caso não pratique nenhum destes atos, e deseje permanecer nesta categoria, você estará no caminho certo.

Uma dica pra quem quer ser mais do que um simples conhecido: Envie recados ou e-mails personalizados em vez de simplesmente encaminhar TODOS os que recebe - isto vai mostrar que você dedicou uma parte do seu precioso tempo pensando naquela pessoa -, e observe as características dos amigos citadas mais abaixo.

2) O próximo nível será chamado de Amizade Formal. Fazem parte deste grupo as pessoas que vemos e visitamos de vez em quando. Se você pára na rua para conversar com alguém, cumprimenta, troca algumas palavras e convida esta pessoa para ir na sua casa, ou recebe este convite, parabéns! Você já está nesta categoria.

Estes simples atos já demonstram que você tem uma certa proximidade com a pessoa, e já é importante para ela, e ela para você.

Portanto, preocupe-se em não magoá-la. Se possível, cumpra o compromisso de fazer uma visita, converse e dedique sua atenção exclusiva enquanto estiver na presença dela.

Mesmo que você nem pense nessa pessoa no resto do mês ou do ano, aqueles momentos vão ficar na memória dela e farão com que ela se sinta bem a seu respeito.

Caso sua ajuda seja solicitada, atenda, na medida do possível, pois de pequenos detalhes nascem grandes realizações. Algo que é muito fácil pra você pode ser um desafio imenso para se realizar sem sua "mãozinha".

3) Por último, temos as Amizades Mais Próximas (Os Melhores Amigos).

Algumas das características deste nível são descritas a seguir, e são independentes entre si, embora deva ser considerado que para se obter o relacionamento ideal, é importante alcançar todas elas.

Principais qualidades dos amigos íntimos:

a) Ser Presente: Significa manter contato, lembrar-se do outro quando ele fica algum tempo sem se comunicar, buscar a proximidade, estar junto quando o amigo precisa, e deixá-lo só, quando for necessário.

Mas tome cuidado, pois muitos amigos acham tão importante se fazer presente que atrapalham a vida do outro, de tanto invadir seu espaço.

Às vezes, tudo o que a gente precisa é de um momento para refletir num canto escuro, portanto, pergunte o que seu amigo deseja, e atenda o seu pedido, mesmo que ele diga que quer ficar sozinho. Mas antes de sair, faça-o saber que você está logo ali, e que ele pode te chamar para o que for necessário.

b) Saber Falar, Saber Calar: É conversar, ouvir, e oferecer um consolo em silêncio quando as palavras não são suficientes.

Há pessoas que tem ótimas intenções, mas quanto mais falam, mais deixam o amigo triste, pois insistem em querer ajudar dando conselhos infrutíferos ou utilizando palavras impróprias em momentos nos quais nenhuma conversa dará resultado.

É tão importante saber calar quanto saber falar, e é essencial entender que há momentos em que se deve simplesmente ouvir e dar o apoio necessário na hora certa.

Muitas vezes as pessoas não querem ouvir conselhos, mas apenas desabafar, botar pra fora os sentimentos que estão presos no peito massacrando seu coração. Procure descobrir que momentos são esses, e apenas ouça. Saber escutar é um dom que poucos possuem.

Por fim, deve-se falar positivamente, e não destruir os pensamentos e objetivos dos outros com frases do tipo "Não deveria perder seu tempo com isso, pois muita gente já tentou e não deu resultado". Prefira dizer "Puxa! Você tem um desafio e tanto pela frente! Se acha que é o melhor a fazer, não desista deste seu sonho. Se precisar de ajuda ou conselhos, me procure!".

c) Ser Empático: É ter o poder de tirar a tristeza do outro, trazer para a vida dele os sentimentos bons que você tem.

Há muitos anos, quando participava de um encontro, aprendi que há uma grande diferença entre a simpatia e a empatia. Ser simpático é encontrar um amigo que está num buraco e descer até lá, oferecendo seu ombro para que ele possa chorar, e chorar com ele. Ser empático é chegar na beira deste buraco e jogar uma corda para que ele possa subir com a sua ajuda e incentivo.

Faça o que você puder para ajudar seus amigos. Obviamente, não é aconselhável se prejudicar ou causar dano a outro para socorrer alguém, mas quando a boa ação depender unicamente das suas possibilidades e vontades, ajude. Sinta-se bem com o bem-estar de seus amigos. Faça a diferença na vida dele, e deixe que a alegria dele se torne parte da sua.

d) Ser Autêntico: Qualquer boa ação que fizer será inútil se for acompanhada de um sentimento de má-vontade ou fingimento.

O que fizer, faça de coração. Demonstre sua real intenção em suas atitudes. Se seus objetivos não forem claros, e se houver motivos obscuros em seus atos, pode ser que alguém use isso em benefício próprio, e contra você.

Acumular amizades baseadas em mentiras é um modo muito fácil de se criar inimizades severas. Não se esqueça de que as mágoas são muito mais divulgadas do que as boas ações.

e) Ser Humilde: Não use dos seus dotes para se sobressair à custa de diminuir os outros.

Não use os amigos como degrau para crescer no conceito de ninguém, nem fique se mostrando demais sem necessidade. Isso acaba te afastando dos amigos, e faz com que você seja visto como companhia indesejável.

Além do mais, se você é bom em alguma coisa, não precisa lembrar os outros disso a toda hora. Seus verdadeiros amigos reconhecem este fato e te admiram. Ficar se engrandecendo só te deixa mais arrogante na visão deles.

"Uma boa ação só se torna grandiosa quando descoberta por acaso." (Não me lembro quem é o autor desta frase)

f) Ser Desinteressado: É fácil ser um bom amigo quando se obtém benefícios com esta amizade.

Ao se relacionar com alguém, não leve em conta os bens que ele tem ou os ganhos que você terá ao ficar em sua companhia. O interesse puramente material é um sentimento desprezível, e se a amizade termina quando não dá lucro é porque nunca foi verdadeira.

g) Ser Leal: Lealdade é ser amigo quando está perto e mais ainda quando está longe. É fazer de tudo para não causar mágoas ou ressentimentos.

É respeitar os sentimentos dos outros como se o sofrimento dele doesse mais ainda em você, e por isso mesmo cuidar para que ele nunca se machuque.

Também significa saber guardar os segredos de seus amigos como se fossem uma jóia dada a você de coração, e de sua propriedade exclusiva, e esta, por ser um bem tão precioso, não pode ser dada nem emprestada a mais ninguém.

Lealdade se traduz e se resume na frase Respeitar a pessoa e os sentimentos do outro.

h) Conhecer: Já ouviu falar no ditado "Trate os outros tal como deseja ser tratado"?. Pois esqueça-o! Aquela história da raposa e da cegonha* já perdeu seu encanto, e deve ser substituída por uma frase de muito maior significado: "Trate os outros tal como ELES gostariam de ser tratados!".

Você já imaginou que o jeito que você acha melhor pode não ser o que o outro deseja?

Exemplificando: Um homem gosta quando lhe falam para se sentir em sua própria casa. Portanto ele abre a geladeira do amigo, tira uma cerveja e se despoja no sofá para assistir ao jogo de futebol junto de seu camarada, gritando e vibrando nos momentos mais emocionantes. Porém, este mesmo homem, ao receber um terceiro em sua casa, o trata formalmente, serve água e suco em bandejas de aço e taças de vidro, senta-se educadamente na poltrona e conversa delicadamente enquanto escutam uma suave música.

As pessoas deste exemplo se conhecem bem, e sabem o que é agradável na visão do outro. Se o primeiro fosse tratar sua visita como gostaria de ser tratado, mandaria que ele pegasse uma cerveja em sua geladeira, mas neste caso o convidado pode não gostar de bebida alcoólica, e nem se sentir à vontade mexendo em coisas que não lhe pertencem.

Isso significa Conhecer o Outro, e assim fazer o que será mais agradável a ELE, não a você.

E novamente contradizendo o exemplo da raposa e da cegonha, se não for bem tratado na casa de alguém, é bastante aconselhável que você não repita as más atitudes desta pessoa. Quando tiver a oportunidade, deve sim tratá-lo com toda a educação e cordialidade possíveis para demonstrar que você vale mais que qualquer sentimento de vingança.

Não queira ensinar lições a ninguém, pois todos sem exceção estão em contínuo aprendizado com a vida.

i) Surpreender: Para fechar com chave de ouro, a qualidade mais rara de todas.

É muito difícil de se encontrar alguém que sabe te causar boas surpresas, te emocionar de uma maneira sublime e desinteressada.

O melhor amigo é o que te liga na hora que você menos espera para te dar uma boa notícia, ou só pra dizer um oi, ou pra te chamar pra sair. E será melhor ainda se você não conseguir recusar um convite dele, por mais que esteja atarefado.

Fazer bem aos amigos quando eles menos esperam é uma atitude inesquecível e emocionante. Se nunca tentou fazer isso, faça! Com certeza não se arrependerá.

Geralmente, quem possui esta qualidade tem todas as outras, e acaba se tornando o amigo perfeito.

Este amigo sabe se comunicar apenas com um sorriso ou um olhar, conhece seus sentimentos apenas vendo suas expressões. Já te viu sorrir, já te viu chorar, já te viu nervoso e, às vezes, já te viu adormecer vencido pelo cansaço após uma noite mal dormida ou uma semana cheia de compromissos.

Estas pessoas são as únicas que te conhecem realmente, às vezes melhor do que você mesmo, e muito mais do que outras pessoas, são as que farão a verdadeira diferença em sua vida.

Caso exista alguém assim no seu ciclo de amizades, sinta-se um privilegiado!

Para terminar, apenas gostaria de fazer uma observação: Nas amizades formais e superficiais, pode ser que uma ou mais qualidades citadas aqui estejam presentes, mas quando se tratam de amigos verdadeiros, você verá que o conjunto delas é que é importante.

Por hoje é só. Tenha muitos amigos perfeitos em sua vida, e fique com Deus!

Até a próxima semana!

*A raposa e a cegonha: Uma das fábulas de Esopo.

domingo, 14 de março de 2010

Vivendo bem o seu papel(2b): Esposo(a)

Olá,
É bom estar com vocês novamente!

Estávamos refletindo sobre situações que causam discussões entre companheiros/esposos, e agora vamos analisar a segunda situação.
(Se você não leu a postagem da parte 2a., é aconselhável que leia antes de prosseguir nesta postagem. Clique e leia a Parte 2a.)

Vamos relembrar a situação B.
“Certa mulher vai se encontrar com o marido no trabalho dele para saírem juntos, e encontra-o já se despedindo dos colegas, pois já é fim de expediente. Uma das amigas dele o abraça, ajeita delicadamente o seu colarinho e deseja uma noite excelente, dando uma indiscreta piscadela. A esposa não gosta nada deste fato e fica com a cara fechada durante o encontro.”

Este é um bom exemplo da importância que tem o modo como interpretamos a situação.
Você já refletiu sobre o significado do comportamento desta amiga?

Qual seria a sua reação nesta situação? Vejamos as possibilidades:
 
1- Ação da Mulher:  Puxa o marido pelo braço e diz que ele já tem dona, levando-o irritada para fora da empresa.
Reação do Marido: Totalmente sem ação, vê que a possibilidade de um encontro romântico já era...
2- Ação da Mulher:  Tem um ataque de ciúmes e desconta a raiva no marido, sem revelar o motivo, ficando brava e não correspondendo a seus carinhos durante toda a noite.
Reação do Marido: Pensa que a irritação pode ser culpa da TPM, de uma unha que quebrou ou qualquer outra coisa que não lhe diz respeito. Dorme decepcionado.
3- Ação da Mulher: Logo após sair da empresa, diz ao marido que não entendeu bem o que a amiga quis dizer, e explica que não gostou da situação.  
Reação do Marido: Explica que ela é assim mesmo, e que eles têm uma amizade descontraída e bem humorada. A amiga fez apenas um comentário do tipo “esta noite promete!!”.
4- Ação da Mulher: Despede-se cordialmente dos colegas do marido e, depois, a sós, explica a ele o que sentiu durante aquele momento. Depois de ouvir o que ele tem a dizer a respeito, não toca mais no assunto e curte o encontro da melhor maneira possível.  
Reação do Marido: Diz que não é pra se preocupar, pois ele havia comentado que sairia com ela à noite, despertando brincadeiras dos colegas se referindo a como seria o encontro. E quando o papo dos amigos começou a entrar na intimidade dos dois, ele esclareceu que mudou de assunto.

Nem é necessário dizer que a interpretação da mulher nas primeiras duas situações foi totalmente diferente da situação real. Este exemplo diz muito sobre algumas das primeiras palavras da postagem anterior: “Na verdade, você não gosta é da sua visão do fato, e não do ele que realmente representa”.

Neste exemplo, fizemos menção ao ciúme da mulher e à interpretação errônea que ele pode causar, mas os homens também devem refletir sobre este assunto. E se fosse a situação inversa, com a mulher ganhando um abraço de um amigo?

Muitas vezes o ciúme e , no caso do homem, a “proteção excessiva do território”, faz com que as esposas ou esposos criem em sua mente uma situação que não existe, e o comportamento derivado deste pensamento pode ser desastroso, destruindo carreiras, amizades e até relacionamentos muito fortes.

É recomendável que você faça um exame detalhado de situações deste tipo para ter uma visão mais ampla de quais reações são justificadas por fatos palpáveis e quais são baseadas na pura imaginação.

Se a esposa não permite que o homem tenha amizades com mulheres, é porque ela enxerga indiscrição ou exagero dele ao demonstrar carinho, ou então porque o ciúme dela própria é exagerado.

Nas duas hipóteses, o mais aconselhável é que os dois conversem e cheguem num acordo a respeito do comportamento de ambos. Um abraço é perfeitamente aceitável entre dois bons amigos e nada mais é do que a prova de que eles se dão bem em sua convivência.

De uma forma geral, os hábitos que causarem incômodo podem ser esclarecidos numa boa conversa entre marido e mulher, e a abstenção do comportamento indesejável não deve ser encarado como um sacrifício muito grande, mas sim como algo que vale à pena fazer pelo bem do outro e de si mesmo.

Igualmente, se o marido não permite que a mulher tenha amigos, ou a proíbe de trabalhar fora de casa (caso ela assim deseje), ou impede que ela faça seus próprios planos no que se refere a estudos ou trabalho, ele está sufocando e limitando todas as possibilidades de realização de sua esposa.

O homem não deve comandar o relacionamento, mas o diálogo deve imperar em todas as situações. Ninguém é dono da vida de ninguém, e por mais que ele se empenhe em fazê-la feliz e dar tudo o que ela precisa, ela não se sentirá completa se não for capaz de construir sua própria história, contribuindo de alguma forma com a sociedade.

As pessoas precisam de contato com os outros. Não se consegue viver uma vida inteira convivendo apenas com o companheiro. A limitação arbitrada das relações termina por causar a insatisfação, tristeza, depressão e até outras doenças. Ninguém pode ser obrigado a desistir de seus sonhos por causa da vontade do outro, por mais que os dois se amem de verdade.

Se o casal chegar a um pensamento comum, e se verem que é melhor para os dois ela ficar em casa, tomar conta dos filhos, e os dois (principalmente a esposa) estiverem felizes com isso, então que seja!

Caso ambos concordem que uma roupa, ou uma atitude, deve ser trocada, ótimo! Mas que sejam conclusões discutidas e ponderadas para as duas partes. Nada de ficar fazendo pressão! E não é permitido insistir até que o outro desista de sua vontade em razão da inflexibilidade do parceiro. Não se pode suprimir os desejos das pessoas, pois assim - volto a dizer - você está matando uma parte dela.

Uma relação não deve também ser feita de cobranças, do tipo “ontem eu cedi, hoje cede você”. Cada qual deve ter em mente que o bem estar de um depende da felicidade do outro, e deve abrir mão do que for necessário para se continuar vivendo em harmonia.

Mesmo que você pense que está cedendo muito mais que o seu companheiro, lembre-se que numa relação bem-sucedida só há ganhadores, e se isso não estiver lhe causando danos, abrir mão de algo se torna um sacrifício muito pequeno se comparado com os benefícios presentes e futuros.

Outra coisa importante de ser dita, é que se você é um(a) esposo(a), significa que você está unido por uma ligação muito forte com alguém, e esta pessoa, dada a sua importância, merece no mínimo o seu respeito e consideração.

Desta forma, estando longe ou perto dela, você deve agir pensando na influência que seus atos têm em sua vida. Para se viver bem estando casado deve-se esquecer completamente o ditado que diz “o que os olhos não vêem o coração não sente”.

Não se deve reclamar da relação conjugal quando se está longe do(a) parceiro(a). E muito menos tomar atitudes que podem causar vergonha ou mágoa na relação. Um casamento é um relacionamento muito íntimo, e suas dificuldades devem ser discutidas entre os dois, e reveladas somente a quem eles acharem que seja importante, com a finalidade de conseguir ajuda ou conselhos.

Por fim, gostaria de ressaltar algumas das principais qualidades que contribuem para que a meta de felicidade seja alcançada:
- Fidelidade: A confiança é um sentimento que demora anos para ser conseguido, e apenas um segundo para ser completamente destruído.
- Lealdade: Estar presente na vida do outro e sentir a presença dele mesmo quando estiverem longe, e desta forma não tomar atitudes que possam causar mágoas ou decepções (não fazer nada "escondido").
- Bondade: Fazer coisas que deixem as pessoas confortáveis e felizes.
- Respeito: Não destruir a imagem ou o sentimento dos outros, seja na frente da pessoa ou mesmo por comentários com terceiros.
- Amor: Ter sempre em mente a felicidade do outro em todos os atos que praticar.
- Força de vontade: Fazer tudo pensando no que se quer alcançar na vida em comum, e abdicar das coisas que causam sofrimento a si mesmo ou ao outro.
- Companheirismo: Tomar atitudes que demonstrem que você está disposto a ser e fazer o outro feliz.

Estes são só pontos de partida. Cabe a cada um construir seu próprio caminho na busca da felicidade. Espero ter sido claro em minhas idéias, e que elas sejam uma pequena chama que ajudará a iluminar este caminho.

Acredite no seu potencial! E acredite que vale a pena buscar a felicidade, pois a própria busca tem em si suas recompensas!

Fiquem com Deus, e cuidem bem de suas (seus) esposas (os)! É o que eu peço de coração!

Até a semana que vem!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Vivendo bem o seu papel(2a): Esposo(a)


Quem é mais difícil de entender? O homem ou a mulher?
Provavelmente os homens responderão que são as mulheres, e vice-versa.
Eu digo que a pessoa mais difícil de você entender é você mesmo.

Te convido a abrir sua mente e refletir sobre o seguinte: Toda vez que você não gosta de alguma atitude, roupa, aparência ou qualquer outra característica que alguma pessoa tenha, na verdade o que não te agrada é a visão que você tem sobre esta coisa, aparência ou característica.

Pode ser difícil, de início, concordar com esta afirmativa. Mas, no decorrer de sua vida, se você prestar atenção nas coisas de que não gosta e se perguntar o “porquê” deste desagrado, e pensar nos reais motivos de ter esta ou aquela reação diante de alguma situação, concordará pelo menos em parte comigo.

Vamos usar exemplos:
A) Um homem está para sair com a esposa e esta se apresenta com um vestido colado, decotado, mas não muito curto. O homem diz a ela que não gostou do vestido, e que ela não deveria usá-lo porque mostra muito do seu corpo e parece vulgar.

B) Certa mulher vai se encontrar com o marido no trabalho dele para saírem juntos, e encontra-o já se despedindo dos colegas, pois já é fim de expediente. Uma das amigas dele o abraça, ajeita delicadamente o seu colarinho e deseja uma noite excelente, dando uma indiscreta piscadela. A esposa não gosta nada deste fato e fica com a cara fechada durante o encontro.

O que você faria se estivesse no lugar do homem ou da mulher destes exemplos? Como reagiria diante destas situações?

Estes exemplos foram inventados, mas não ficam longe de muitas situações reais, algumas das quais presenciadas por mim, ou de que tomei conhecimento por meio dos envolvidos. De qualquer forma, servirão apenas para dar uma idéia geral da reflexão que devemos fazer antes de criticar ou “proibir” alguma coisa.

Quando vivemos ou moramos com outras pessoas, somos obrigados explicita ou implicitamente a ter certas limitações, ou seja, abrir mão de algumas coisas. Se cada um tomasse as atitudes que quer sem pensar nos outros, a relação entre eles seria muito atribulada. E este fato fica ainda mais evidente em se tratando de um casal.

Essa “doação” que fazemos quando vivemos juntos, aliada a várias formas de amor*, ajudam a fortalecer cada vez mais a relação.

Voltando aos exemplos, vocês já pensaram nas reações que teriam? Vou enumerar várias situações possíveis. Vejamos se alguma destas se encaixa no seu jeito de ser:

Situação A:
1) A mulher fica frustrada porque o marido não gostou, troca de vestido e fica triste a noite toda.
2)Mesmo o homem não gostando, a mulher pode insistir em sair com o vestido, e certamente haverá uma discussão.
3) A mulher sorri e pergunta “Você acha que está feio ou só está com medo que outros homens olhem pra mim? Não se preocupe não que eu sou só de você, viu?”
4) ou diz “Escolhi este porque é o mais bonito, e pra sair com o homem da minha vida tenho que estar elegante, não é mesmo?”
5) O homem poderia dizer: “Este decote está meio grande, e o vestido um pouco curto na minha opinião. Você acha apropriado usar ele mesmo?” - E depois concordar com o que a mulher optar fazer. Afinal, a roupa e o corpo são dela.
6) Em vez de reclamar, o homem poderia ter ficado orgulhoso de sua mulher ter um corpo atraente e um vestido bonito.
7) O homem poderia fazer dois elogios: um para o vestido, em alto e bom som, e o outro para o corpo dela, ao pé do ouvido, acompanhado de um beijo suave.

Qual destas situações se encaixa em sua personalidade atual? (ponha-se no lugar do personagem que tem o seu sexo) E qual é a melhor solução na sua opinião?

Certamente, a primeira opção é a pior de todas, pois esta mulher não tem o mínimo de amor próprio. Em seguida, as opções vão melhorando até chegar na última, que é a situação perfeita.

Nada melhor para um casal que ter uma relação tão firme que os permita ter um diálogo aberto e franco, com mútua confiança, que respeitem a opinião um do outro, além de se orgulharem de ter um companheiro decidido e que transmite a segurança de que se precisa.

Se o casamento está indo bem, então não é necessário viver na defensiva, e esconder os dotes do companheiro com receio de que outros possam “se aproveitar” deles.

Esta mania de cuidar excessivamente do “território” é coisa de instinto animal, que deveria ser inibida com base no fato de que o casamento (ou relação conjugal) é uma formalização da união, e portanto faz parte da identidade do casal. Em outras palavras, a sociedade já sabe que vocês estão juntos, portanto, não há por que se ter receio de competição.

Se você não quer que sua(seu) esposa(o) fique bonita(o) ou atraente, é sinal de que há alguma insegurança na relação, e isso deve ser conversado abertamente para se chegar a um consenso.

Escute bem, eu disse “consenso”. Nada de pensar que “a minha opinião é a certa e não abro mão disso”, nem insistir na discussão até o outro ceder. O casamento é construído por duas pessoas, e ambas têm vontades, ambições, desejos e sentimentos. Não se deve esmagar nenhum destes direitos, pois assim você estará matando uma parte de quem deveria ser considerado o amor da sua vida, e como tal, deve ser valorizado por inteiro.
Voltando ao assunto, já que não há necessidade de ficar inseguro, não há justificativa para não incentivar roupas e adereços que valorizem a pessoa, resguardados os costumes da sociedade, do lugar, e a noção de exagero ou ridículo.

Asseguro-te que a valorização do que há de bom no outro e das coisas que o fazem se sentir bem é um estímulo para que cada dia a relação fique mais rica e bem-sucedida.

Há muita informação para ser colocada a respeito deste assunto, portanto, deixarei o segundo exemplo (Situação B), que por sinal é muito importante, para a próxima postagem (parte 2b), ainda esta semana. 
Além da análise desta situação, faremos também uma reflexão geral sobre uma relação de sucesso.

Reflitam sobre os dois casos com seus companheiros e se perguntem: “Quais dos comportamentos que tenho são maléficos para a minha relação?”

É só por hoje, mas o assunto não acabou.

Fiquem com Deus, sejam bons esposos, e até a próxima!
*Várias formas de amor, ou várias formas de amar:
- Dar um copo d'água ou de suco antes que o outro diga que está com sede;
- Fazer um carinho na orelha ou no cabelo do companheiro;
- Demorar um ou dois segundos a mais nos abraços, dando um suspiro e um aperto a mais antes de terminá-lo;
- Dizer “eu te amo” bem alto, ou no ouvido, bem baixinho;
- Acariciar os pés do(a) companheiro(a);
- Fazer uma tarefa que não é sua para agradá-la;
- Ouvir atentamente o que ela / ele tem a dizer, sem interromper;
- Deitar juntinho e enroscar os dedos dos pés nos do outro;
- Pedir colo;
- Oferecer colo;
Etc. Etc. Etc. (use a imaginação)

quarta-feira, 3 de março de 2010

Vivendo bem o seu papel (1): Filhos

Olá!

Hoje daremos início a uma série de postagens referentes aos vários aspectos das nossas relações.

Chamaremos estes aspectos de papéis, mas ao contrário do que se possa pensar, não se trata de personagens interpretados, e sim de tipos diferentes de relacionamentos, desejavelmente autênticos, que temos com pessoas diversas.

O primeiro papel que discutiremos será o de filho, por ser o primeiro relacionamento experimentado na vida de cada um.

No relacionamento com nossos pais, muitas vezes ocorrem discussões e conflitos de interesses, o que frequentemente torna esta convivência demasiadamente complicada.

Na mente dos filhos, se passam idéias como “Meus pais não me entendem” e “Meus pais são muito antiquados”.

Sugiro que, antes de criticar ou reclamar dos pais, nos façamos as seguintes perguntas:

- Conheço as experiências pelas quais meus pais passaram para me dar estes conselhos?

- Como é que eu trataria um filho da minha idade se eu tivesse sido criado na época e da forma que meus pais foram criados, e tivesse passado pelas experiências deles?

- Estou pensando somente no que eu quero ou estou pensando nas consequências posteriores e nos motivos pelos quais estou sendo repreendido/aconselhado?


A idéia principal que quero deixar neste texto é: Coloque-se no lugar do outro. Este conselho servirá para muitas situações, e provavelmente devo voltar neste assunto em postagens futuras.

A partir deste pensamento, faço uma nova e importante sugestão: Para viver bem, como filhos, busque atitudes que fariam seus pais orgulhosos de você. Para isso, é indispensável se imaginar no lugar deles.

Lembre-se de quando era criança, e seu pai dizia “vai, meu filho, você consegue!”, ou então, depois de você fazer um desenho ou realizar alguma proeza, sua mãe mostrava pra todo mundo dizendo “olha o que meu filho fez!”.

Lembre-se da sua sensação nestes momentos. Você se sentia muito bem, correto?

Imagino que nenhum pai, numa conversa sincera, diria que quer ver seu filho crescer e se tornar um ladrão, ou então que quer ver sua filha morando na rua, ou mesmo num barraco de madeira com cinco filhos pequenos sem ter o que comer e sem emprego.

Nenhuma mãe deseja para os filhos que fujam com criminosos ou que tenham empregos ruins.

Digo isso para lembrar que um pai não quer o mal para o filho, e por mais que as idéias e conselhos que eles dêem não se pareçam as melhores ao nosso ponto de vista, devemos lembrar que eles só querem o nosso bem.

Pode parecer que estes lembretes sirvam apenas para adolescentes, mas na verdade se aplicam a todos os filhos, de zero a cem anos. Não deixamos de ser filhos de nossos pais quando eles se vão, portanto, não justifica que tomemos atitudes que fariam nossos pais se envergonharem de nós, estejam eles próximos ou distantes.

Todos somos indivíduos diferentes, portanto não teremos mentes iguais às de ninguém, inclusive às de nossos pais. Mas isso não nos desobriga de ter respeito e consideração pela opinião deles.

Ouça os conselhos de seus pais e reflita se eles tem ou não fundamento, se são ou não o melhor para você, e só tome sua decisão depois de pensar profundamente no assunto.

Se não quiser seguir totalmente os conselhos recebidos, pelo menos deixe que eles saibam que você está ouvindo, que entendeu seus propósitos e que tem consciência do que está fazendo.

Olhe para seu pai, sua mãe, ou quem estiver no papel deles, e diga: “Eu sei que você me ama, e que me diz isso porque quer o melhor para mim, mas eu penso de maneira diferente e acredito que minhas convicções me levarão ao caminho que desejo. Obrigado por cuidar de mim.”

Não precisa ser formal assim, mas pelo menos deixe transparecer estas idéias. Desta forma, você despertará também neles a necessidade de enxergar através do seu ponto de vista, além de manter uma boa relação e diminuir a chance de decepcioná-los.

Se a sua atitude te trouxer problemas, reconheça que errou e converse com seus pais sobre o arrependimento. Não tenha medo de dizer que eles tinham razão, pois nesta situação, isso fará bem a todos.

No fundo, seus pais são os seus anjos da guarda na Terra, que te seguram quando a bicicleta cai para o lado, que não deixam que você caia quando suas pernas pequenas de criança não conseguem alcançar o degrau alto em que você quer subir, e que te carregam no colo quando você chora, tanto nos momentos em que a dor é grande demais e você não consegue ficar de pé quanto nas horas em que eles sabem que o que você está fazendo é pirraça mesmo.

Seja em sua vida como é a criança que exibe para os pais a pequena escultura de massinha. No futuro, se permita olhar para suas atitudes, para todas as boas ações que você fez, e perceber como sua convivência na família fez bem a todos os que te conhecem. Daí, poderá olhar para seus pais, estejam onde estiverem, e dizer: “Olha, pai! Olha, mãe! Tá vendo tudo isso? Fui eu quem fiz!”

Fiquem com Deus, sejam bons filhos, e até a próxima!